Língua Inglesa nas séries iniciais
02 Abril 2018 - Estadão
É sabido e notório que a língua inglesa vem se expandindo de forma significativa nas séries inicias. Características específicas dessa faixa etária devem ser levadas em consideração, salientando a importância do professor no processo de ensino-aprendizagem. Tal profissional, além de conhecimento, deve ter claras suas concepções de língua, linguagem e ensino-aprendizagem de língua estrangeira.
Na sala de aula, é importante que os professores usem a língua estrangeira e outras ferramentas que promovam o “input,” e faça acontecer à familiarização com a nova língua por meio de dos sons, atividades variadas, como ouça e desenhe, ouça e pinte, conte histórias etc.
Professor criativo é um ponto essencial. Fazer as mesmas atividades todos os dias, pode tornar-se entediante para os pequenos. Situações que exijam criatividade e imaginação da criança, estímulo na comunicação verbal e não-verbal, como troca de lugares, pares, incluir artes nas aulas(crianças amam cores), aulas externas e caça ao tesouro, por exemplo, irá mantê-los ativos. O movimento envolve corpo e a aprendizagem por meio dele é um dos métodos para reter as informações que o professor estiver transmitindo. Além de todas essas estratégias e atividades, também é imprescindível o bom relacionamento do professor com os alunos.
Nas séries iniciais, é importante lembrar que eles não devem ser pressionados a fazer algo. A aquisição natural vai acontecer e devemos evitar corrigi-los a cada erro cometido. O professor deve manter o foco nas estruturas, sem exigir que eles articulem a gramática perfeitamente. A fluência virá com o tempo e com a convivência diária.
Como professora, sempre me perguntam qual a idade exata para se iniciar um curso de línguas. Sempre digo que, para os especialistas, não existe um acordo nesse assunto. Contudo, estudos mostram que, até os quatro anos de idade, as informações só ficam retidas por completo se o contato com o novo idioma for constante. Por outro lado, pesquisas também apontam que a língua materna e o idioma estrangeiro coexistem no cérebro da criança como se fosse um só. Isso facilita o aprendizado e o torna mais rápido nos menores do que em um adulto, pois a lateralização do cérebroocorre antes dos 12-14 anos.
Isso acontece devido à forma como os processos cognitivos são mais dominantes em um lado do cérebro do que do outro. Pesquisas no campo da neurologia demonstram que os dois hemisférios cerebrais desempenham diferentes funções. O lado esquerdo é o lado lógico, analítico; enquanto que o direito é o lado criativo, artístico, sensível à música, responsável pelas emoções e especializado em percepção e construção de modelos e estruturas de conhecimento. O hemisfério direito seria, por assim dizer, a porta de entrada das experiências e a área de processamento dessas experiências para transformá-las em conhecimento. Resumindo, as crianças têm facilidade em aprender línguas, porque o cérebro permite que os dois hemisférios sejam usados na aquisição da língua. No adulto, somente um hemisfério-geralmente o esquerdo- é utilizado.
Os pais, no entanto, precisam estar cientes de alguns mitos que podem confundir quando se fala do ensino de inglês para crianças. Um erro comum cometido por eles, quando matriculam filhos em uma escola de idioma, é acreditar que a criança aprenderá mais rápido do que um adolescente ou um adulto. É importante saber que, quanto mais cedo a criança começar, por mais tempo ela irá estudar, pois os pequenos precisam conhecer o conteúdo de forma lúdica, além da necessidade de repetição ser maior, quanto menor for a faixa etária. Então, quanto antes a criança começar a estudar um idioma, mais tempo ela levará para aprender tudo. Por isso, é fundamental saber que é possível aprender inglês em todas as idades. Dessa maneira, fica a critério dos pais decidirem se os filhos aprenderão a segunda língua na infância, na adolescência ou na juventude.
O ensino da língua estrangeira deve ser sim prazeroso, motivado a partir das especificidades de cada um, observando sempre as necessidades emocionais e os limites de concentração de cada aluno.
Professora Rosane Magalhães
Colégio Santa Amália Saúde
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